Na quarta-feira, os mercados continuaram precificando expectativas de um corte na taxa de juros pelo Federal Reserve na reunião de setembro, empurrando o tema das tarifas, iniciado ainda nesta primavera pelo presidente dos EUA, para segundo plano.

Aproveitando a onda de euforia relacionada a um possível corte de juros pelo Fed, o mercado acionário dos EUA manteve sua tendência de alta. Os investidores parecem convencidos de que as taxas realmente serão reduzidas, como confirma a alta contínua nos contratos futuros da taxa de fundos federais, que nesta manhã indicam uma probabilidade de 95,8%, ante 94,2% ontem.

Mesmo as opiniões de dois membros votantes do Fed — o presidente do Fed de Chicago, A. Goolsbee, e o presidente do Fed de Atlanta, R. Bostic — expressando dúvidas sobre a necessidade de um corte em setembro, principalmente devido às tarifas, não alteraram o sentimento do mercado. Goolsbee destacou que a economia dos EUA poderia enfrentar um choque de estagflação se a inflação continuar a subir enquanto o mercado de trabalho enfraquece. Ele também apontou o aumento da inflação subjacente em julho, embora o valor anual geral tenha permanecido inalterado.

A confiança do mercado em um corte de juros pelo Fed parece derivar não apenas da estabilização da inflação geral, mas também da persistência de Donald Trump na questão. O presidente tem pressionado ativamente pela substituição do presidente do Fed, Jerome Powell, por um candidato mais alinhado, com o objetivo de reduzir as taxas de juros e estimular a produção doméstica.

Diante da posição de Trump e do sentimento predominante entre os investidores, o mercado acionário dos EUA tem potencial para crescimento contínuo, e qualquer dado que sustente essa perspectiva provavelmente o impulsionará ainda mais.

Hoje, o foco estará na divulgação dos dados de inflação ao produtor, que, segundo a previsão consensual, deve subir de 2,3% para 2,5% em termos anuais e de 0% em junho para 0,2% em julho na variação mensal. Como de costume, os dados semanais de pedidos iniciais de auxílio-desemprego também estarão em destaque, com expectativa de leve queda para 225.000, ante 226.000 da semana anterior.

Qualquer queda nos pedidos de subsídio de desemprego reforça a demanda por ativos de risco, particularmente ações. Um aumento no Índice de Preços ao Produtor (PPI) provavelmente não terá grande impacto no sentimento do mercado, já que a estrutura da economia dos EUA dá mais peso à inflação ao consumidor, ou Índice de Preços ao Consumidor (CPI), do que à sua componente de produção ao se avaliar a política do Fed e perspectivas de taxa de juros.

Para finalizar o dia, são esperados discursos de Trump e do presidente do Fed de Richmond, T. Barkin. Suas opiniões sobre perspectivas de inflação, tarifas e influências externas na economia dos EUA podem impactar, de forma pontual, os preços dos ativos.

Avaliando o panorama do mercado, a visão é moderadamente positiva.

Previsão diária:

#SPX

O CFD sobre os futuros do S&P 500 estabeleceu um novo máximo local, impulsionado pelas persistentes expectativas de um corte na taxa de juros pelo Fed em setembro. Diante disso, é esperado um novo avanço para 6.486,20 após uma leve correção para 6.441,25. Um nível potencial de compra é 6.445,01.

#NDX

O CFD sobre os futuros do NASDAQ 100 também estabeleceu um novo máximo local em meio às expectativas de um corte na taxa de juros pelo Fed em setembro. Diante disso, é esperado um novo avanço para 24.000,00 após uma possível leve correção para 23.717,70. Um nível potencial de compra é 23.741,90.